segunda-feira, 26 de março de 2018

Liga da Justiça: Para encerrar o papo


Olá pessoal!

  Quando foi anunciado o encontro de Batman e Superman na Comic Con de 2013, fiquei empolgadíssimo. Pois não só iria ver dois grandes heróis juntos pela primeira vez no cinema, mas como também sabia que o filme da Liga da Justiça estava por vir. Enfim, o filme está entre nós. E já vou dizendo logo de cara que dez de “Man of Steel” (2013) onde o universo compartilhado da DC se iniciou, Liga da Justiça foi o filme que menos atingiu minhas expectativas. Não estou dizendo que o filme é ruim, só não me agradou. O principal motivo de não ter curtido tanto esse filme é a perca de identidade, eu sou uma das pessoas que estava curtindo aquela linguagem dark e sombria que Zack Snyder tinha adotado nos filmes anteriores, um ponto positivo que diferenciava a franquia de muitos filmes de heróis que tem por aí.

   Como fã desses personagens, gostaria de falar só coisas boas da produção, mas não posso dar uma de fã boy e fechar os olhos para os problemas que o filme apresenta. Não estou falando do bigode de Henry Cavill, que virou até meme na internet. Em uma tentativa de agradar o público em geral, os executivos da Warner Bros fizeram de tudo para deixar o filme mais acessível. Inicialmente o filme teria duas partes, o primeiro acabaria com um gancho para apresentar o vilão principal, Darkside. Porém a parte dois caiu ao longo da produção, o presidente da Warner Kevin Tsujihara, teria exigido que o  longa tivesse duas horas de duração, assim tornando o filme mais curto do universo DC até agora. Foi uma grande mancada cortar tantas cenas assim do filme, que pelo menos pra mim, esse era um dos filmes mais esperados da década e poderia ser bem mais coeso. Só que essa ideia de que, teoricamente, produções temporalmente menores têm mais chances de agradar ao público consumidor, é um grande equivoco e só serve para estragar grandes produções - taí a franquia “O Senhor dos Anéis” para provar ao contrario.

   E para completar a baderna, Zack Snyder teve que se afastar da direção devido a um grave problema familiar, passando o bastão para Joss Whedon. Acontece que Snyder tinha uma visão muito peculiar de como seria o filme, já que a trama foi pensada visando uma sequencia. Assim que Whedon assumiu a direção, ele tinha a missão de resumir essa historia em um tempo de 2hs de tela e ainda mudar o tão criticado filtro escuro dos filmes interiores. Com o objetivo de entregar um longa bem mais leve. É visível que a historia original foi picotada para deixar tudo mais dinâmico, com direito a piadas além da conta, incluindo até o Batman. Acredito que se Snyder tivesse finalizado a produção o filme teria sim uma pegada mais leve, sendo que desta vez a trama nos apresenta uma aventura cósmica.    



  Agora com a ausência do Superman, Batman (Ben Afleck) e Diana Prince se obrigam a montar uma equipe de Meta-Humanos para proteger a Terra de uma ameaça alienígena. Boa parte do filme mostra a busca de Bruce Wayne pelos personagens presentes no arquivo de Lex Luthor.  Desta vez, o vigilante de Gotham não está tão melancólico e atormentado pelos traumas do passado. Nada disso, aqui, a interpretação do personagem traz bem mais afeto. Uma coisa interessante, é seu lado tático em equipe, mas senti falta do Batman ninja e detetive. 

   Ezra Miller não é apenas um ator, mais um artista bastante versátil e com muito potencial. Antes de se tornar o velocista escarlate, Miller foi criado em meio a arte, já que sua mãe era dançarina e seu pai trabalhava na indústria editorial. Sua carreira artística começou logo na sua infância, época em que ele começou a praticar canto para ópera com o objetivo de ajudar em sua dicção. Mas seu grande destaque é nas telas do cinema, o primeiro contato importante de Ezra com as câmeras, foi quando ele estrelou como Kevin no drama “Precisamos falar sobre Kevin” (2011). Principalmente depois do sucesso de “As Vantagens de Ser Invisível” (2012), Ezra se tornou um ator muito querido entre o publico jovem. E este foi o motivo principal dos produtores escolherem ele para viver Barry Allen, personagem que ficou encarregado por boa parte do alivio cômico do filme. Mas seu personagem não se resume a piadas, ele tem uma relação séria e dramática com seu pai. Cheguei a conclusão que o Flash precisa urgentemente de um filme solo. Então, que venha o Flashpoint! 


   Se tem um personagem que está com o visual iradíssimo, este personagem é o Aquaman. Na verdade, o que a DC queria era reinventar o personagem, e eles conseguiram. O ator havaiano de 38 anos, conhecido como o Khal Drogo de “Game of Thrones”, foi a escolha perfeita. Com seu ar de bad boy praiano e visual meio surfista, meio motoqueiro, da pra dizer que ele é o mais badass da equipe. Em termos de personalidade, o ator traz para “Liga da Justiça” um Aquaman peculiar, com cara de mau e humor entre o sarcástico e o espirituoso, tudo para esconder seu lado mais vulnerável e seus conflitos internos. Só que seu personagem foi bem pouco explorado e poderiam ter apresentado bem mais sobre Atlântida. 

  Em geral, todos os personagens precisavam de mais tempo de tela com arcos mais independentes. Principalmente o Cyborg (Ray Fisher), que apesar de ter uma apresentação meio dramática que mostra o conflito de Victor Stone, que está passando pelo trauma de perder parte do corpo e ser reconstruído pela parte maquina. Fora isto, faltou muita coisa de Victor no enredo, pois ele foi o que mais sofreu com as cenas deletadas. Li boatos na internet que o personagem teve até três cenas deletadas. Praticamente não tem nenhuma cena memorável do Cyborg quando ele entre em ação. 

   Por outro lado, ação é o que não falta nas cenas da Mulher-Maravilha. Sem duvidas Gal Gadot é uma das melhores coisas do filme. Já sabíamos do seu grande potencial apresentado em seu filme solo. Aqui, porém, Diana cada vez mais mostra seu poder, ela não é mais aquela guerreira inocente de antes. Consequentemente, Diana Prince está bem mais sagaz e ainda liderando a equipe junto com o Batman. Uma das cenas mais marcantes do filme é a porradaria da princesa das amazonas e o vilão Steppenwolf (ou Lobo da Estepe), um alienígena do planeta Apokolipis, cuja o objetivo é reconquistar três “Mother Boxes” (em tradução literal Caixas Maternas) que pertencem as amazonas, aos humanos e aos atlantes. Steppenwolf (Ciarán Hinds) não está altura do elenco da Liga da Justiça, o jeito que ele é abordado na trama acaba não convencendo, parece que ele quer conquistar o planeta Terra só por conquistar. Já os efeitos especiais nas cenas de combate com o vilão, não me incomodou e achei até muito bem feito. 


   Gostei muito do elenco e do figurino em geral. Mas como já disse, estava curtindo aquela linguagem mais seria que os filmes da DC estavam seguindo, mas a maioria do publico não comprou. Negócios são negócios e teve que ter concessões durante a produção. O lado comercial sempre fala mais alto, tem até uma metáfora em uma das cenas que a partir de agora os filmes da DC serão mais leves e coloridos. Na real, aquele  tom mais serio que Zack Snyder tinha iniciado não morreu completamente – por enquanto. Mas o que é estranho, que o tom do universo cinematográfico da DC acaba variando e não condiz com material base. O veredito final é que Liga da justiça é um filme divertido, mas está longe de ser um épico. Mas sou um fã otimista e acredito que ainda vai sair uma sequência épica desta equipe. Pois a esperança nunca morre, ela sempre se renova.  

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Até mais!

Um comentário:

  1. Tem um boato rolando que Superman realmente voltaria para ajudar a dar fim ao vilão. Contudo, no final ele voltaria a Apokolips com mais uma derrota nas costas. Sem paciência pelos fracassos de seu general, Darkseid o mataria e mostraria um grande interesse em conhecer o tal kryptoniano.

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