sábado, 30 de março de 2019

BumBlebee: Apreciação: Geektividade


Olá pessoal!

   Mas e aí? BumBlebee é uma pré-sequência ou um reboot? Na verdade, nem um, nem outro, se treta de um RetCon. Para aqueles que não sabem: RetCon é abreviação da expressão "Retroative Continuity", que significa Continuidade Retroativa em tradução literal. Em outras palavras, consiste basicamente na alteração intencional no passado de algo ou alguém com o objetivo de apresentar um novo elemento para os eventos presentes, ou até mesmo, corrigir erros de continuidade.Porem, adotei o filme como um Reboot, até os longas posteriores me provarem o contrario. Focando na produção, fiquei muito feliz e satisfeito em ver que o recomeço da saga Transformers, não é apenas mais um longa de robozôes ostentando batalhas excessivas e confusas como as dos últimos filmes da franquia. Aqui, temos uma ação divertida, bem-atuada, excitante e até mesmo emocional. 
 
  A fita abre com uma seqüência de cenas de guerra no planeta Cybertron, cativando a audiência logo nos primeiros minutos. Tudo que vemos na abertura foi feito a partir de novos conceitos, isso porque o diretor Travis Kinight, buscou influência na primeira geração de brinquedos da Hasbro. O cineasta confessou que, décadas antes de assumir o comando de BumbleBee, já contava inúmeras historias dos transformes: não com uma câmera, mas com brinquedos e imaginação. Um grande acerto de Kinight, visto que o design dos robôs estão deslumbrantes. Inclusive, a direção de arte dedicou-se em pequenos detalhes para nos conceder uma imersão maior do planeta cibernético. O script não deixa muito evidente o motivo do conflito em Cybertron. Durante o embate entre as facões autobots (os robôs do bem) e os decepticons (os robôs do mal), o líder da resistência, Optimus Prime, resolve mandar o autobot BumbleBee (conhecido como-B-122) à Terra, com o intuito de buscar refúgio e estabelecer uma base. 


   Enquanto isso, na Terra, a atriz e cantora Haille Steinfeld, dá vida a Charlie de forma cativante: passando por um momento conturbado com sua família, após uma perda que está sendo difícil de superar. O que mais nos envolve, é que mesmo sendo antipática, ela nos conquista por ser uma garota de personalidade forte humanitária. Além do mais, a trilha sonora ajuda a enaltecer o quadro da personagem, seja com "Higher Love" (de Steve Winder) ou com Runaway" (de Bon Jovi). Já suas rivais, encenam os estereótipos das adolescentes fúteis e debochadas - esse tipo de arquétipo é praticamente inevitável em produções do gênero. Outro aspecto intrigante de Charlie, é que ela tem o hobby de consertar carros. Numa dessas, acaba trombando com o fusca amarelo, o nosso personagem Titulo.

 Desde o início, à roteirista Christina Hodson (Que também está escrevendo “Aves de Rapina” e Batgirl) aposta vigorosamente na relação de amizade entre Charlie e Bee. À vista disso, esse é um filme que conta a narrativa de duas figuras que estão confusas e feridas, designando-se um com o outro. A menina vê no autoboat uma maneira de compensar o vácuo deixado pela ausência de seu pai. Enquanto Bee, encontra abrigo e afeição apos ter que desabitar-se de seu planeta. A relação de ambos é aproximadamente parecida com afinidade que vimos entre Elliot e o Alien em “ET: o Extraterrestre” – Só que mais divertido.


    Sobre os coadjuvantes, a ênfase fica para a família de Charlie. São pessoas corriqueiras que tem seus impasses. Conseguimos entender as motivações de cada um deles, aliás, me identifiquei com algumas circunstâncias dessa família. Falando nisso, senti que Memo, o personagem interpretado por Jorge Lendebor Jr, foi feito propositalmente com diálogos transparentes, apenas para mostrar o quanto inocente e simples é o contexto do filme – e isso é muito bom! Tendo em vista que é uma produção direcionada para toda a família. Em contrapartida, o personagem de  Jhon Cena é relevante para o avanço da narrativa, mesmo assim, não fugiu do padrão básico que sempre vemos em longas de ficção: o líder militar "sisudo" que caça o protagonista alienígena até descobrir que ele não é uma ameaça.   Jhon pode ser um cara carismático nas lutas esportivas do MMA, mas ele ainda não me convenceu como ator. Inclusive achei algumas de suas cenas bem superficiais, embora reconheça que ele seja um personagem significativo para os três atos e o clímax do filme. Sendo também o único sagaz com a chegada de dois decepticons, que estão atrás do paradeiro de Bee. Os outros militares e cientistas são tratados como ingênuos pelos antagonistas.

   Entrando em detalhes no que já foi dito, o visual dos transformes estão extraordinários, principalmente os deceptcons, que apresentam cores vivas e um aspecto vintage. E eles não se resumem em apenas estilo, são bem expressivos e indomados. Sério... teve momentos em que nem me tocava que estava olhando para modelos de CGI e apreciava apenas os personagens. Apesar disso, são limitados a frases de efeito genéricas. Se não fosse pela falta de diálogos eficientes (nem tudo é perfeito), com certeza iria gostar mais dos antagonista do que o próprio Bee. As cenas de batalhas que antes eram poluídas e confusas, agora estão bem mais dinâmicas e explicitas, conseguimos distinguir quem é quem nos combates. As transformações de carro para robô e vice-versa, assentam nitidamente, bebendo da fonte do primeiro filme da franquia (2007).  Por ser uma produção que depende dos efeitos especiais em algumas cenas de ação, talvez daqui alguns anos os efeitos visuais estejam ultrapassados, mas hoje, isso não é verdade. Ademais, é um excelente trabalho da equipe de CGI.


   Ambientado na década de 80, a ação explosiva e desenfreada do megalomaníaco produtor Michael Bay ficou de lado. Dessa vez, temos um filme pretensioso, retratando uma jornada de amadurecimento na historia de Bee e da saga Transformes. BumbleBee oferece emoções humanas adequadas para atrair todas as demais pessoas. A produção tinha tudo para ser mais um caça-níquel de bilheteria e vendas de brinquedos, sem se importar em entregar um  roteiro coeso. Mas não, Travis Knight fez um bom filme, com enredo convincente. O destaque aqui não é a ação, e sim a relação de amizade de Charlie e Bee. Talvez isso não seja relevante para você leitor(a), mas na sessão que eu estava, tinha pai, mãe e muitas crianças, provando o quão  família o filme é. 

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