quarta-feira, 1 de maio de 2019

Apreciação: Vingadores: Ultimato


 Olá pessoal!

   Assim que o filme terminou, olhei para o lado e vi pessoas chorando. Também  emocionado e extasiado com que tinha acabado de ver, sai da sala do cinema com uma pensata mais ou  menos assim: "Vingadores: Ultimato é a prova que os filmes de super-heróis podem  ir  além do lugar comum,  um atestado do que nós, fãs desses personagens, sempre estivemos certos. O poder de exito e comoção de suas histórias é real, e todos podem experienciar". Em apenas dez anos, a Marvel Studios mostrou que tem potencial para transformar suas historias em sequências bem-sucedidas, e muitos cineastas de Hollywood  começaram a voltar sua atenção para a Marvel. Incluindo a concorrência. Diante disso, o universo de Thanos se transformou em uma das franquias de maior sucesso do cinema, méritos  também realizados por franquias como Star Wars e Harry Potter. Não é exagero dizer que todos os filmes anteriores foram feitos para culminar no lançamento de Ultimato.

   Como era de se esperar, a premissa do filme é soberana e deslumbrante, maior que qualquer produção de herói que já saiu - apesar de não concordar que este é o melhor  flime do gênero já feito. Mas calma... eu explico o porque: Bom... sou um cara que analisa o filme levando em consideração as limitações dos recursos da época de cada produção, portanto, tive o mesmo sentimento de emoção e afeição, em 2012, quando assisti o primeiro filme dos Vingadores. Mas não dá para negar, Ultimato é um presente para as pessoas que vêm acompanhando essas historias desde 2008. Como de costume, o estúdio guardou a trama a sete chaves, mas como a historia foi sendo moldada ao decorrer dos anos, o publico já tinham uma boa ideia do que estava por vir. Teorias e rumores rodaram dia após dia na internet, suscitando ainda mais o hype dos fãs. Mesmo com várias teorizações, Ultimato nos impressionou com várias surpresas. 



   A narrativa foi tratada com esmero pelos roteiristas Christipher  Markus e Stephen  MacFeely. Cinco anos após os eventos de Guerra Infinita, o mundo está sofrendo em meio ao caos causado pelo carismático vilão Thanos - que, ao reunir todas as joias do infinito, fez desaparecer metade de toda vida no universo. Esse filme trata basicamente de conseqûencias, ou seja, a trama não gira em torno apenas de colocar uma armadura high-tech, lançar raios com um martelo ou se esverdear  e descer a porrada nos inimigos. O genocídio cósmico impactou tanto na humanidade, que encontramos um mundo silencioso, onde as pessoas lidam com a perca e tentam recomeçar. Muito além disso, nos foi apresentado um contexto comovente, em que seres humanos lidam com o luto de forma peculiar. O pretexto dos estímulos dos personagens foca na conduta de pessoas que se tornaram super-heróis por acaso, e de como o peso de responsabilidade reflete sobre elas, que também estão muito aflitos. Aliás, acho importante aproveitar aqui para abrir um parêntese. Quem não acompanhou os filmes da MCU com fidelidade, vai dar falta de coesão e explicações plausíveis para justificar momentâneas ações dos personagens.


   Outrossim, a trama se diferencia de outros filmes do gênero, por nos fazer refletir sobre o nosso lugar no mundo  e que, em uma guerra, no final das contas, não existe vencedor - os dois lados perdem.  Tendo em vista que os protagonistas adotaram os sacrifícios necessários ao longo da trama. Ultimato é com certeza o filme mais comovente da Marvel. Apesar disso, os produtores brincaram com as possibilidades do contexto, não perdendo a mão com sua exatidão cômica, sem exageros, servindo mais para quebrar o climão  desolado de boa parte da história que ocupa um pouco mais de três horas de nosso tempo. Com direito a tudo que esperávamos e muitas surpresas, deixando evidente que  a produção é uma declaração de amor ao gênero. Aliás, o epílogo serve como uma grande homenagem aos cinco Vingadores originais: Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro. Cada um deles, com seu agraciamento e desfecho. Alguns com resoluções felizes, outros, tristes, ainda assim, gracioso e inesquecível.


   Existe um peso, porém, a coordenação dos irmãos  Joe e Antony Russo, consegue exteriorizar isso muito bem com dinamismo e ritmo, equilibrando com destreza  as cenas de esmorecimento e ação.  Todo o terceiro ato é praticamente arrebatador, com um plot-twist (ponto de virada) de cair o queixo. O ápice da ação é focada em apenas em um único plano, que apresenta uma beleza plástica deslumbrante, com câmeras laterais exibindo exércitos em meio a batalhas magníficas. E nada poluído e exagerado, cada personagem tem seu próprio momento de ação muito bem retratada. Isso foi o que mais me impressionou. Com um elenco tão grande, a esperada luta final dos Vingadores e Thanos, poderia soar complexa e excessiva. Mas não, tudo é muito bem organizado, na companhia de uma breve cena de representatividade. A direção de efeitos especiais usou um recurso conhecido como MoCap (ou Motion Capture) que faz um trabalho de captura de movimento dos atores, deixando os personagens com tanta perfeição que as expressões faciais beira o realismo, simulando poros de pele e suor. Isso é visível principalmente no Thanos.

   Talvez eu esteja equivocado, todavia, acredito que esse é o filme da Marvel Studios  que teve mais repercussão. Considerando-se que seu lançamento ocupou 80% das salas de cinemas do Brasil. E olha!... ainda conheci gente que voltou para casa por não ter conseguido comprar o ingresso na semana de estreia. Teve um colega que me disse que foi em três shoppings e ainda não conseguiu ver o filme no dia, teve que comprar o ingresso antecipado para o próximo final de semana. Segundo ele: "as filas dobravam". Agora, porque escrevi isto em uma análise? Pelo fato de ir no cinema com frequência e nunca ter visto nada parecido. O mais próximo desta repercussão que eu presenciei, foram com os filmes  Homem-Aranha (2002), de Sam Raime, e, Avatar (2009) - por causa da "novidade 3D". Creio que produções como "O retorno de Jedi" (1983) e Titanic (1998) , usufruíram de uma repercussão parecida ou até maior.  Mas aí, não fiz parte dessas bilheterias e não posso argumentar algo que não presenciei. Saiu até matérias dizendo que Vingadores:Ultimato "roubou" espaço dos filmes brasileiros. Apesar disso, para chegar em tanto sucesso, o epílogo não custou nada barato.  Estima-se que o orçamento atingiu cerca de U$ 300 - 400 milhões de doláres, colocando ultimato na liste de filmes mais caros da historia.  Mas o filme não só se pagou, como também lucrou, e muito! Até o momento que escrevi este texto,o filme já rendeu US$ 1, 2 bilhão (R$ 4,7 bilhões) em bilheteria, isso apenas na primeira semana em cartaz - um novo recorde no mercado.

primeira arte conceitual do filme

   Em minhas considerações finais, posso dizer que, esse filme aborda às consequências de 11 anos de aventuras que foi construída em volta de cada um dos Vingadores originais.  A trama é focada neles, apresentando um mix de tristeza, alegria, paz e esperança. Um tributo à tudo o que esses personagens viveram ao longo desses anos e isso é explorado a fundo, da melhor forma possível. Ultimato não é o meu filme de super-herói favorito, como muitos estão dizendo por aí. E já expliquei o motivo no segundo parágrafo. No entanto, a produção é um dos maiores e espetaculares filmes de super-heróis, cheio de referencias e easter eggs nostálgicos. Encerrando uma década do universo compartilhado com virtuosismo. Kevin Feige, o presidente da Marvel Studios, planejou com os diretores uma conclusão que está bem além de qualquer expectativa,. Esclarecendo também, que hoje, para os atores, fazer um filme da Marvel é aceitar ser uma peça para um quadro maior que com certeza virá. Falando nisso, Vingadores: Ultimato  não tem cenas pós créditos - e nem precisa, porque chegamos ao fim de uma era, já sabemos que uma nova virá. Contudo, estou muito satisfeito com esta conclusão. A jornada de dez anos chegou ao fim. Endgame...

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 Falou!

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